– Existe diferença entre o desmate da Amazônia dos últimos 10 anos, de 10.476 Km2 de florestas (do tamanho do Rio de Janeiro) e o corte de apenas uma única árvore? Claro que existe. A área desmatada da Amazônia é infinitamente maior do que a de uma árvore, como, por exemplo, a que foi derrubada na pequena cidade de Rio Preto, em Minas Gerais.
– Entre o desmate da floresta Amazônica e o da solitária árvore rio-pretana, existe algo mais do que apenas o senso de destruição ?
– Seria mesmo nessário derrubar uma árvore indefesa que ornamentava, há anos, a praça rio-pretana para, no seu lugar colocar um obelisco de pedra ou granito?
É injustificável a derrubada da árvore, não houvesse a possibilidade da existência de outro motivo. Uma explicação plausível: criar no tórrido obelisco marca comemorativa do sesquicentenário, acompanhada de outra marca, a da vaidade humana.
– Não seria esse um bom motivo para a derrubada da árvore, imprimir no monumento o nome do idealizador do obelisco (ou um seu indicado)?
Se sim ou não, essa suspeita de sobreposição de vaidade para derrubar a árvore vamos saber em breve. Enquanto isso, na internet a indignação é reveladora da revolta dos internautas. Pena, que nisso tudo, o estrago já está feito. A árvore, a amendoeira, é a vítima. Foi assassinada por um trator na antiga “Praça do Mercado”, no centro de Rio Preto. E, ponto final. Jamais proporcionará sombra a quem quer que seja.
No Facebook disse a Leila Andrade: “Hoje pela manhã me deparei com uma triste e lamentável cena: uma árvore sendo arrancada pela raiz e tendo seu tronco cortado por moto serra. Lembrei do sábio Carlos Drumond de Adrade. “No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho. No meio da praça de Rio Preto tinha uma árvore. Tinha uma árvore no meio da praça de Rio Preto”.
Também a Sheila Regina Almeida publicou: “Chega a doer na gente esta foto. Lamentável esta triste idéia que tiveram de destruir esta árvore. Sem justificativa para tal ato. E, Zélia Honório lembrou: “Fiquei triste com esta imagem, será que não teria como recuperar? Lá se foi nossa árvore!”.
Lúcia Helena Paço, foi enfática: “Deprimente”. Também José Luiz Oliveira de Paula, cobrou: “Boa tarde. Fiquei sabendo que pretendem instalar no lugar da velha amendoeira um “monumento” comemorando o aniversário da cidade. Como assim??? Não há nenhum outro lugar? estamos aguardando uma explicação plausível por parte da Prefeitura!”.
Josemar Gabriel publicou a foto da máquina arrancando a árvore e postou: “Uma imagem vale por mil palavras”. Célia Regina da Silva: “Chorei…deparei com a motoserra… talhando uma vida!”. Tida Claro: “cidade sem lei, dá nisso, histórica só no papel!”. E Gilberto Pereira:
-“Imagem emblemática da situação. Pensar globalmente e agir localmente (que coisa né!). Acho que estamos mesmo ferrados porque os gestores acham que uma árvore vale menos que um busto ou monumento … depois vai ficando cada vez mais quente, as secas cada vez piores, a água cada vez mais escassa, as doenças aumentando e todos ferrados olhando um lindo BUSTO. Legal!Que exemplo de falta de noção e conhecimento. E olha que os responsáveis são graduados, doutores, de nível superior… esses podem ligar o ar condicionado e gastar à vontade o dinheiro público. Pelo amor de Deus, que vergonha ter essa notícia do município que tanto gosto”.
Ruth Naves.
8 de setembro de 2021 at 19:49Parabéns Aluísio pelas suas colocações. Como disse e repito. Sou literalmente contra esse terrível ato. “Assassinato de uma árvore “, em plena Praça, a nossa Praça. Justamente quando se aproxima o Dia da Árvore. Fiquei muito triste de ver a cena, foi como se arrancasse um pedaço de mim. Repito: Fica aqui meu protesto e indignação. 😰😰
Aloisio Melo
9 de setembro de 2021 at 11:06Ruth, fico satisfeito que tenha gostado da matéria. Como você, também fiquei indignado. Pena que a vítima de tudo isso foi a árvore e, por consequência, nós seres vivos que precisamos das árvores. Por favor, reveja a matéria. Fiz alguns acertos no texto. Um abração!
Alti Vieira
12 de setembro de 2021 at 10:02Realmente muito agressivo esse ato. Estava indo trabalhar me deparei com um movimento pensei meu Deus aconteceu algo?Será alguém machucado ou algo do tipo?
Sim existia uma árvore sendo arrancada que desde que nasci já existia e detalhe estava saudáve,l pois vi o quanto foi difícil arrancar. Senti uma tristeza!! E hoje fica um vazio nada a subistitui!! Parabéns Aluísio belo texto!
Aloisio Melo
13 de setembro de 2021 at 10:54Altina,temos todos que lamentar a perda da árvore. Aliás, qual prefeito mandou plantar aquela amendoeira na praça?
Dawdson
14 de setembro de 2021 at 16:13Histórias felizes de uma geração, carnavais, etc, perdidas, tudo isso pelo desejo de por nomes na cidade como se fossem donos, eles queriam eternizar o sobrenome em uma pedra, conseguiram escrever o nome na história antes mesmo de inalgurar o monumento.
Aloisio Melo
22 de setembro de 2021 at 17:26Caro Dawdson, desculpas pela demora em lhe responder o seu comentário sobre a matéria publicada. Veja você, derrubaram a árvore somente para ver um pirulito de pedra com seus nomes ali cravados. Mais triste ainda foi saber que havia no palanque de inauguração do pirulito de pedra um vereador do Partido Verde apoiando e comemorando o evento e, óbvio, indiretamente o corte da árvore. Um grande abraço.