A história da Banda Lima Santos, que completa neste ano de 2021, 120 anos quase que se confunde com a história de Rio Preto, que faz 150 anos. A banda participou da chegada do primeiro trem a vapor em Parapeúna, a “Maria Fumaça”, em 1911. Naquela ocasião a pequena bandinha tinha apenas 10 anos, pois fora fundada em 20 de janeiro de 1901.
Mas antes disso, também aconteceu “uma tocata pública”-como diziam na época. O exemplar nº 43 de “O Pyrilampo”, editado pelo mestre gráfico Epaminondas Figueira relata naquela edição do jornal rio-pretano: “graças ao Zé Augusto da Silva, os músicos lembraram de tocar na missa de domingo atrasado”. O antigo nome da banda sinfônica era “Bandinha do Mestre Venâncio”, por causa do seu fundador, professor Venâncio Lima Santos.
Um fato que marcou a história da banda foi quando o prof. Venâncio, convalescente de doença, pediu aos seus discípulos, músicos, para que no dia 7 de setembro, Dia da Independência, fosse executado o Hino Nacional. Assim, no dia combinado, em 1905, a Lima Santos tocou pelas ruas de Rio Preto o Hino Nacional e, a partir deste dia, até os dias de hoje a banda abre às 6:00hs a alvorada na cidade, tocando o hino brasileiro.
No dia 14 de julho de 1963 a banda participou na Rádio Nacional, na capital do país, então o Rio de Janeiro, do programa Lira do Xopotó, do radialista Paulo Roberto e do maestro “Jararaca”, Mestre Filó. Presentes ao espetáculo promovido pela Banda Lima Santos, no auditório da rádio, estavam 80 rio-pretanos, entre os que moravam no Rio de Janeiro e os que se desolocaram de Rio Preto até à capital.
O programa na Rádio Nacional teve audiência pública em Rio Preto. O povo da cidade, principalmente quem não tinha rádio ou não quis ficar em casa, se aglomerou na praça Barão de Santa Clara para ouvir as transmissões pelos auto-falantes da Matriz Nosso Senhor dos Passos e da Casa Levy, do comerciante Levy Flutt.
A viagem dos músicos da banda foi custeada pela pela Prefeitura Municipal e o evento até hoje é considerada a maior exibição pública da Lima Santos.
Em crise financeira, a banda teve seu pessimo momento nas décadas de 60 e 70. Foi graças ao empenho do então presidente da Lima Santos, Ronald Perote de Oliveira, também músico, que ela ressurgiu com força. Foram reiniciadas as aulas de música para a formação de músicos e com a ajuda da FUNARTE foram adquiridos novos instrumentos musicais. Com o falecimento de Perote a banda passou para Antônio Raimundo Magalhães.
Atualmente é presidente da Corporação Musical Lima Santos Jorge Luis Alves de Oliveira, também músico atuante na banda. “Desde a sua fundação até os dias atuais a Lima Santos tem sido difusora de cultura no Município de Rio Preto e na região, participando dos principais eventos sociais. Mantém viva a cultura da música em nosso municipio e é um dos maiores patrimônios imateriais de Rio Preto” – ressaltou o presidente.