A Igreja do Rosário, no centro de Rio Preto, precisa de uma reforma com a maior urgência. Sem obras de restauração há vários anos, existem grandes infiltrações de água nas paredes laterais da igreja. As goteiras, em épocas de chuvas e que começam agora, penetram pelo telhado e nas paredes, já com grandes rachaduras. Até o momento, a Paróquia de Rio Preto ainda não apresentou uma previsão de inicio de obras de restauração da igreja. A responsabilidade pela manutenção desse precioso patrimônio histórico de Rio Preto, e, também patrimônio artístico e religioso da região é da Paróquia Nosso Senhor dos Passos, e da Cúria Metropolitana (Juiz de Fora).
Além das goteiras, a igreja ainda tem no telhado plantas com pequenos arbustos que nasceram e estão crescendo entre as telhas, causando com o crescimento de suas raízes mais quebras de telhas e goteiras. A Igreja do Rosário é uma riqueza da História Antiga de Rio Preto e não pode ser relegada à falta de apoio ao seu grito de “socorro”.
É preciso que a população se mobilize junto à Paróquia Nosso Senhor dos Passos e a Cúria Metropolitana de Juiz de Fora e, juntos, tomem providências urgentes, antes que o prejuízo seja incalculável pela perda dessa fonte de referência do Patrimônio Histórico da cidade e da região.
– “É certo que se trata de uma construção do final do Século XVIII”, garante o escritor e pesquisador Rodrigo Magalhães, em seu livro Descoberto da Mantiqueira, O Sertão Prohibido do Rio Preto, na página 164, da 1ª edição, publicada em 2017, ao referir-se à Igreja do Rosário.
Conta Rodrigo Magalhães, em seu livro, à página 165, que o “potentado fazendeiro (Fazenda São José), renomado militar (Tenente-Coronel da Guarda Nacional) e nobre brasileiro, José Gomes de Oliveira Lima, o Barão de São José, foi sepultado, no dia 18 de julho de 1872, dentro da Capela de Nossa Senhora do Rosário”.
A Igreja do Rosário “entrou para a história da Revolução de 1842 em Minas, da qual Rio Preto tomou parte saliente” – lembra Rodrigo Magalhães. “Foi nessa igreja que se montou um quartel-general, onde os comandantes das tropas (mais de mil praças), entre eles o Duque de Caxias permaneceram até a arrancada final para a batalha de Santa Luzia”- garante o escritor.
Em seu livro prossegue Rodrigo Magalhães informando que o nome da igreja “foi escolhido em homenagem à Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito, que eram os santos de grande devoção dos escravos, como era comum nas Minas Gerais setencentistas. Por isso, a Igreja do Rosário, foi construída para esses negros (excluídos) cristãos, que no tempo colonial eram proibidos de frequentar a igreja dos homens brancos (capela do Senhor dos Passos, no Morro dos Beatos).
As paredes são de taipa com quase um metro de espessura e o altar de madeira”- garante o escritor e historiador rio-pretano.Pela importância histórica da Igreja do Rosário para Rio Preto, região e para a Cúria Metropolitana de Juiz de Fora é que a comunidade rio-pretana deve se mobilizar para restaurar a igrejinha.
Um dos grandes obstáculos à restauração das igrejas em nossa região são os bens históricos religiosos não ser tombados. A não permissão ao tombamento coloca em risco, por exemplo, a Igreja do Rosário. Como já de conhecimento público, trata-se de uma preciosidade de Rio Preto, não apenas pelo aspecto de um bem histórico, mas também pela afetividade que os rio-pretanos têm por ela.
Fabio Roque
1 de setembro de 2021 at 17:59Excelente matéria!
Aloisio Melo
6 de setembro de 2021 at 08:57Fábio, fico feliz que tenha gostado da matéria. Não podemos deixar que nas próximas chuvas as goteiras continuem a causar mais prejuízos ainda à Igreja do Rosário. Sei das dificuldades financeiras do momento, mas, não seria só trocar caibros, telhas quebradas, etc., no local onde estão localizadas as goteiras? Depois, futuramente, quando desaparecer (se é que desaparecem!) as dificuldades financeiras, então faz-se uma obra mais completa de restauração da igreja. O pior, é náo fazer nada! Abração.
Ducarmo Rosa
1 de setembro de 2021 at 18:55Aloísio:
Concordo plenamente. O Padre já mencionou na igreja este transtorno. Eu colaboro com o que posso no carnê. O povo se mobiliza para as atividades realizadas pela igreja para arrecadar verbas.
Agora, com a pandemia tudo tornou-se mais difícil e não impossível. Muitos deixaram de ir na igreja e com isso também deixaram de contribuir. Já foi solicitado ao Patrimônio Histórico de Minas Gerais o tombo da Matriz. Contudo pelo que sabemos só a escadaria é tombada.
Vamos nos unir sim. Fazer leilões de gado virtuais para arrecadar dinheiro e dar a arrancada inicial na Igreja do Rosário. Participarei de alguma forma com certeza.
Abraços;
Ducarmo Rosa
Aloisio Melo
6 de setembro de 2021 at 08:53Maria do Carmo, estamos juntos para lutar pelos nossos patrimônios culturais, artísticos, ambientais e os religiosos. Alguma obra há que ser feita urgentemente para não deixar que as goteiras, nas próximas chuvas, não causem maiores prejuízos ainda à Igreja do Rosário. Abraço para você.